quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Módulo Gestão - Etapa 2 - Mais um trabalho!!

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
POLO HERVAL


Acadêmica: Jésica Hencke
Módulo Introdutório: Gestão Integrada de Mídias

Etapa 02 - Atividade 01

Reflexão crítica: o projeto na sua escola


Referendar uma escola, com a possibilidade de realizar um projeto que utilize de maneira coerente as diferentes mídias, é uma tarefa que exige envolvimento, responsabilidade e comprometimento de todos os sujeitos que compõem a instituição escolar, por tal motivo, será explicitado através de um exercício de perguntas e respostas, os princípios da presente escola:
1. Quais os programas/projetos existentes na escola?
* Jornal NH na sala de aula;
* Projeto LER da FACCAT – Faculdades Integradas de Taquara consta de fascículos trimestrais sobre diferentes contextos literários, que promove a leitura, a interpretação como produção de sentido e o desenvolvimento de projetos educacionais a partir da leitura deste material;
* Grupo teatral “Magia em Faces”;
* ECOTUR na Machado, projeto de preservação, cuidado e responsabilidade ambiental.

2. Quais tecnologias são utilizadas?
A presente instituição educacional, não possui sala de informática, nem conexão com a rede mundial de computadores, o único computador encontra-se na secretaria para o preenchimento de documentos, impressão de atividades, arquivos digitalizados de fotografias dos eventos escolares, porém sem acesso aos alunos.
Para o desenvolvimento destes projetos escolares, contamos com o auxilio de:
* linguagem escrita e oral (discurso);
* material impresso: jornais, revistas, livros, fotografias;
* televisão;
* aparelho de vídeo/DVD;
* rádio com acesso a rádio, displayer, compact disk;
* cartazes, imagens publicitárias, observação de placas e outdoors;
* materiais diversos de uso artístico: tintas, telas, cola, tesoura, papel colorido, entre outros;
* corporeidade, expressividade (fantasias e roupas para teatro, figurinos);
* máquina fotográfica digital e aparelho de celular;
* caixa amplificadora;
* pesquisas na internet (extra escolar), literatura.

3. Como são utilizadas e por quem?
Os projetos NH na sala de aula e LER, são diretamente ligados ao uso dos jornais, cada um destes apresenta fascículos que são aproveitados pela professora de Língua Portuguesa, História e Matemática na maioria das vezes, há sempre um momento de leitura semanal, debate e análise do que cada um leu, a partir destes tópicos lidos a aula é desenvolvida, onde surgem a proposta de novas reportagens, pesquisas, gravações com câmera fotográfica de depoimentos ou pontos de vista, ou criação de cartazes.
De certa maneira os recursos acima citados são utilizados por todos os envolvidos no processo educativo, porém com a supervisão docente, neste ínterim aprendemos junto a um aluno como usar a caixa amplificadora de som que a escola possui, com outro a forma mais adequada de eliminar a umidade do aparelho de televisor, talvez por tratar-se de uma escola de interior e com apenas cinquenta e nove alunos seja possível realizar esta integração de recurso e manuseio de todos, facilitando nosso trabalho e ampliando o grau de responsabilidade de cada sujeito que constitui o espaço educacional.

4. Existe um planejamento para a sua utilização viável no desenvolvimento de práticas pedagógicas integradoras das diferentes mídias?
A prática educacional se dá mediante planejamento, análise dos eventos positivos, retomada dialógica e crítica das ações que foram insatisfatórias em busca de uma melhora, esta análise ocorre em detrimento de uma prática gestora democrática na qual pais, alunos e professores existem em prol da educação, é sabido que muitos limites, dificuldades e recusa no meio educacional existem, mas somente quando se age em conformidade com as necessidades obtém-se um trabalho qualitativo.
No que compete ao uso integrado das diferentes mídias é possível sim, um exemplo deste uso seria falar do grupo teatral que envolve desde a pesquisa de textos para a peça anual de escola na internet (extra escolar), a visualização de algum filme que traga fragmentos ou ideias sobre o trabalho proposto, o uso do rádio para ouvir as músicas que servirão de pano de fundo da peça, leitura de livros ou críticas de arte que já representaram o tema estudado, a criação manual do figurino e cenário, que culminam no trabalho proposto ao final.
Este é um exemplo da importância de se elaborar um Projeto Político Pedagógico que prevê o uso das mídias como um meio de obter uma aprendizagem mais coerente e significativa. Almeida destaca o quão importante é ter clareza na articulação desta forma de trabalho, pois não se pode gerir na incongruência do que se compreende por educação, por isto:
[...] é essencial promover a articulação da escola com outros espaços de produção do conhecimento, tornando a integração entre mídias e tecnologias uma opção do trabalho educativo assumido pela comunidade escolar e contemplado no projeto político pedagógico da escola, para a qual os educadores precisam ser devidamente preparados (ALMEIDA, ano, p. 82).

Se ainda temos uma relação humana precária, devido à falta de clareza na comunicação entre o emissor e o receptor, não podemos mais gerir no século XXI a possibilidade de uma educação que se esquive das novas tecnologias e tente adentrar-se numa bolha de ações. O educador precisa preparar-se para trabalhar com estas novas mídias como um instrumento técnico em seu auxilio, assim como usa o giz e o quadro.

5. Como os profissionais se organizam no trabalho com as tecnologias?
Planejamento é a arma da ação pedagógica, somente se constrói o ato aprendente se houver um planejamento sério anterior a ação, sempre que possível os professores combinam ações, lêem o material, discutem e elaboram as possibilidades de integrar cada recurso em prol de sua disciplina, sem tornar-se repetitivo ou ignorar alguns pontos importantes para a aprendizagem coletiva.
Quando a tecnologia é desconhecida pelo professor, este realiza cursos, conversa com outras pessoas que sabem utilizar e adapta algumas situações ao seu cotidiano, um exemplo disto foi a “rádio escola” com edição única, sem aparelhos de som, ou microfones, apenas criatividade e boa vontade, os alunos “radialistas” ficavam separados por uma parede de madeira de seus “ouvintes” e ali “ao vivo” transmitiam sua “programação” com informações, músicas (tocadas num aparelho de rádio com CD), atendiam telefonemas dos ouvintes, realizavam entrevistas e concluíam suas transmissões. Neste exemplo é visível a humildade da ideia, porém de grande valor, os alunos aprenderam a construir um roteiro de transmissão radiofônica, realizaram a transmissão, sem a tecnologia necessária.
Almeida, novamente nos esclarece da importância de se ter uma visão sistêmica, na busca do equilíbrio no uso das diversas mídias, a integração do docente com seu grupo de trabalho em prol da aprendizagem discente, ao comentar:
[...] o mais importante é compreender que a gestão de tecnologias diz respeito à busca do equilíbrio entre o possível, o desejável e o necessário para o uso pedagógico em relação ao tempo, espaço e recursos disponíveis, criando estratégias para que a instituição possa avançar no sentido de viabilizar o uso democrático e compartilhado. Assim, é possível transformar o contexto potencializando o uso do que se dispõe na escola e agregando outras tecnologias por meio de parcerias com a comunidade (ALMEIDA, ano, p. 85).

Outro ponto fundamental destacado nesta fala, é a influência que a comunidade pode exercer de forma benéfica dentro do âmbito escolar, não existe escola sem coletividade e respeito ao seu entorno, tornar este participativo, potencializa o ambiente escolar e qualifica a educação, como Freire (1980) destaca é através do diálogo que se germina a educação, “educador e educando, os dois seres criadores, libertam-se mutuamente para chegarem a ser, ambos, criadores de novas realidades” ( p.10).

6. O fato de ter tecnologias nas escolas garante o seu uso no processo de ensino e aprendizagem? As tecnologias disponíveis na sua escola têm sido utilizadas no contexto pedagógico?
A existência do recurso de forma alguma garante sua utilização, torná-la utilizável depende da proposta pedagógica da instituição e do real envolvimento de cada docente com esta proposta, pois é ele o responsável na articulação do ato educacional.
Como destacado até o presente momento a escola em sua ação pedagógica faz uso contínuo dos recursos que possui e, eventualmente, traz outros recursos e os utiliza dentro deste espaço aprendente, como: computadores portáteis e data show; pequenos vídeos informativos baixados da web; caixas de som, amplificadores e microfones; é visto que apesar da falta de recursos o trabalho é desenvolvido da melhor maneira possível, além de usar recursos inusitados como microondas, furadeiras, parafusadeiras, na elaboração de trabalhos de culinária e artesanal.

7. O uso das tecnologias tem colaborado para desenvolver o processo de ensino e aprendizagem?
Desde as tecnologias mais simples como giz, quadro e livro, observa-se que a integração das diversas mídias possibilita desenvolver uma aprendizagem mais crítica e coerente com o social no qual nos encontramos, auxiliando o aluno no reconhecimento de sua própria identidade, pois valoriza seu saber extra-escolar, potencializa momentos de debate e construção coletiva, elevando o grau de curiosidade e investigação, o mesmo ocorre nos professores que se sentem continuamente desafiados a manterem um ritmo integrando com as mudanças sociais e tecnológicas.

8. Como você avalia as tecnologias existentes em projetos já existentes na sua escola?
O primeiro passo é qualificar o docente, ainda estamos engatinhando na utilização das novas mídias o que temos noção e utilizamos ainda é uma esfera muito ínfima da real necessidade, por isto a utilização das mídias ainda necessita de uma exploração e um aproveitamento mais amplo, pois as mesmas podem contribuir de forma a qualificar o trabalho em sala de aula.
Se o aluno aprende melhor fazendo, cabe ao professor promover espaços de aprendizagem no qual, conforme os objetivos determinados previamente, torne-se sujeito de sua aprendizagem, desta maneira, nos remetemos a Prado, para significar o que é integração:

Para que haja a integração é necessário conhecer as especificidades dos recursos midiáticos, com vistas a incorporá-los nos objetivos didáticos do professor, de maneira que possa enriquecer com novos significados as situações de aprendizagens vivenciadas pelos alunos (PRADO, ano, p. xx).

Aqui o professor deverá rever o seu papel de transmissor, tornando-se um mediador entre o aluno, o conceito, a mídia para ao final, obter a almejada aprendizagem. O termo mediação, pode ser um processo de ensinar e aprender em diversos contextos, no qual é imprescindível pensar sobre a própria aprendizagem, um movimento que inclui a experiência, aprender e ensinar concomitantemente.
Se a educação tem como objetivo tornar presente a nossa própria existência como conteúdo de análise, estudo e interação social, demonstra a necessidade de destacar que é na relação com o outro que aprimoramos nosso cognitivo, racional e emocional, somos aptos a investir em outras dimensões como a afetividade, a sensibilidade, a espiritualidade e a intuitividade. Sendo que falar em processo extrapola a ótica da educação bancária que visa o depósito de conteúdos, bem como a relação unilateral ditada pelos saberes professorais. Processo significa oportunizar momentos para a construção, somente se constrói o que é significativo e ocorre através da interação, para que haja interação o professor deverá ser um provocador de situação, ou seja, mediador. Desta forma é que vemos o trabalho que estamos realizando, somos mediadores de nossa própria aprendizagem e auxiliamos nossos alunos a aprender de maneira qualitativa, quanto às mídias somos contínuos desbravadores, atrelados a nossa insegurança e curiosidade. Temos um longo caminho a trilhar.

Referências:
ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. Gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola: o compartilhar de significados. Em Aberto, Brasília, V. 22, nº 79, p. 75-89, jan. 2009.

FREIRE, Paulo. Conscientização teoria e prática da libertação: uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3º ed.São Paulo: Moraes, 1980.

GATTI, B. A construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília: Plano, 2002.

MORAN, José Manuel. Gestão Inovadora da Escola com Tecnologias. Publicado em: VIEIRA, Alexandre (org.). Gestão educacional e tecnologia. São Paulo, Avercamp, 2003. Páginas 151-164.

PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Integração de Mídias e a reconstrução da prática pedagógica. Texto extraído de Salto para o futuro/TV escola, disponível em : WWW.tevescola.com.br/salto.
SANTOS, Tereza Fátima Monteiro dos. O projeto pedagógico e a construção democrática da escola de qualidade. Disponível em: http://www.ufpa.br/rcientifica/ed_anteriores/pdf/ed_03_tfams.pdf, acesso 08/07/2011

VEIGA, Ilma Passos. (org.) Projeto político – pedagógico da escola: uma construção possível.Campinas – SP: Papirus, 1996.

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