quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Módulo Gestão - Etapa 1 - Outro trabalho

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO MÍDIAS NA EDUCAÇÃO
POLO HERVAL


PROJETO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO
E A GESTÃO PEDAGÓGICA DE TECNOLOGIAS
Análise bibliográfica


Cybele Leon Leivas
Jésica Hencke
Rosemari Souza Rosa
Vanessa Dummer Athayde


Herval
Julho de 2011

INTRODUÇÃO

Falar em educação é adentrar um campo permeado de incertezas, inseguranças e dilemas, e isto é significativo, quando nos colocamos em choque com as verdades vulneráreis e estabelecidas pela modernidade e ressignificamos todos os eventos, confrontando-os com o social, cultural, tecnológico, ou seja, com o multicultural. Neste esboço, pretendemos ressaltar como se dá o desenvolvimento de projetos pedagógicos na educação, tendo clareza de seus princípios, apropriando-se de suas potencialidades dentro de uma instituição escolar, desde a organização físico-material, administrativo-gerencial e o âmbito pedagógico.
Interagir dentro de uma instituição educacional implica dispor-se a desafiar os paradigmas engessados existentes e modificar a maneira de relacionar-se com a informação, por isto fala-se tanto na formulação de projetos, ou seja, criar meios que lancem a frente metas e objetivos capazes de promover coerentemente a educação significativa. Embora existam tentativas de utilização de tecnologias dentro do ambiente educacional é preciso sistematizar esse uso para não ficarmos apenas no raso, isto é, sem um projeto não é possível desvendar todos os possíveis usos da tecnologia no cotidiano estudantil, seja na gestão administrativa, seja na gestão pedagógica. Sendo assim, ficamos restritos, utilizando sim a tecnologia a favor do desenvolvimento acadêmico e humano, porém sem nos beneficiarmos de todo o universo que se expande quando existe um projeto bem elaborado.
O presente trabalho vai justamente organizar um projeto em que melhor se vislumbre a gestão de tecnologias, seja voltado para a área administrativo-operacional, seja voltada para área educacional-pedagógica, isto é, a tecnologia dentro e fora da sala de aula, sempre buscando uma maior interação entre os dois contextos.


PROJETO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO

Segundo GATTI a educação “envolve a interação complexa de todos os fatores implicados na existência humana” (2002, p. 13), desta maneira é imprescindível pensar numa educação que potencialize o cultural dentro do espaço escolar, viabilize formas de tornar o ato de aprender significativo e encadeado, para tanto, uma escola necessita compreender o que pretende que seu corpo discente aprenda, de que maneira e com quais objetivos, todos estes fatores devem estar previstos dentro do projeto gerenciador da escola: o Projeto Político Pedagógico.
Tal projeto é de suma importância no desenvolvimento de uma instituição educacional, prevê a organização e acompanhamento do procedimento educativo, destina-se a orientar o processo de ensino-aprendizagem, bem como gerenciar os campos administrativos, operacionais, humanos e sociais, sendo o “carro-mestre” da instituição, todas as ações desenvolvidas no interior da escola devem convergir para a consecução do processo pedagógico, que é sua razão de ser.
VEIGA, seguindo esta lógica de raciocínio afirma:
[...] o projeto político-pedagógico tem a ver com a organização do trabalho pedagógico em dois níveis: como organização da escola como um todo e como organização da sala de aula, incluindo sua relação com o contexto social imediato, procurando preservar a visão de totalidade. Nesta caminhada será importante ressaltar que o projeto político-pedagógico busca a organização do trabalho pedagógico da escola na sua globalidade (1997, p. 14).

Ao se falar em projeto, coloca-se a questão de prever possibilidades de organização, gerenciamento e definição do ato aprendente, por isto é importante ter clareza do tipo de escola e de aluno que pretende-se formar, todos estes princípios deverão estar geridos com clareza em um projeto-pedagógico seja ele de amplitude escolar ou pontual, direcionado a uma modalidade de ensino.
Toda instituição educacional necessita desenvolver com autonomia seu trabalho educativo, para tanto, vale-se de um projeto político pedagógico, sendo que sua construção é uma tarefa árdua que exige esforço, disponibilidade, receptividade ao novo, tolerância e comprometimento.
Como prevê flexibilidade e respeito à multiculturalidade, o projeto-pedagógico escolar não é estático e necessita ser revisto, ampliado, alterado anualmente, atendendo de forma peculiar as necessidades educacionais, tendo clareza de que a escola é um micro-mundo, onde proliferam relações de conflito e disputa de poder, com a implementação dos projetos-pedagógicos pais, alunos, docentes e equipe pedagógico-administrativa tornam-se responsáveis e gerenciadores da educação, ultrapassa-se a ótica da escola-cliente para a escola-democrática. Por outro lado, um empecilho que encontra-se é a cultura da não-participação e do não-envolvimento, alie-se a isso os mascaramentos de posturas, atitudes e realidades, nem sempre o que está no papel é factualmente cumprido, antes de tudo, deve haver a vontade, o interesse e compromisso dos atores escolares com as mudanças.
A educação como processo continuo de reconstruir e reorganizar a experiência – refletir sobre as consequências da experiência e reconhecer o seu sentido – cria um continuum, entre experiências educativas, que articula polaridades dicotômicas entre teoria e prática, público e privado, método e conteúdo, mente e corpo (ALMEIDA, 2009, p. 77).
Somente articulando todos estes fatores a escola conseguirá desenvolver autonomia, vontade política, compromisso, senso crítico e democracia, além de germinar dentro do professor a necessidade de formação continuada e envolvimento, é preciso estudo, reflexão sobre as teorias pedagógicas, métodos de ensino, avaliação, dentre outros, referenciais capazes de dar sustentação ao novo formato de escola e de ensino que se deseja. A efetiva implantação do projeto, tornará todas as esferas educacionais co-participantes e ativas na melhoria da educação, gerando, certamente, maior responsabilidade, envolvimento e trabalho para todos, mas com um retorno positivo, a qualificação do ensino.
A integração das novas tecnologias da comunicação e informação no âmbito educacional propicia mudanças significativas na organização e no cotidiano da escola diversificando o ensino e a aprendizagem. Cabe lembrar que, atualmente, ter acesso ou não à informação pode gerar um elemento de discriminação - o analfabetismo digital, que pode ser superado pelo desenvolvimento de habilidades e competências, viabilizando a acessibilidade e o envolvimento ativo de todos.
Segundo este novo paradigma, é necessário pensar num modelo de administração integrado, focado nas ações educacionais produtivas. O fato de utilizar diferentes mídias na prática escolar nem sempre significa integração entre as mídias e a atividade pedagógica. Integrar vai além de acrescentar o uso de uma mídia em uma determinada situação da prática escolar. Para que haja a integração, é necessário conhecer as especificidades dos recursos midiáticos, com vistas a incorporá-los nos objetivos didáticos do professor, de maneira que possa enriquecer com novos significados as situações de aprendizagem vivenciadas pelos alunos.
A gestão educacional assume um significado abrangente, democrático e transformador, que supera e relativiza o conceito de administração escolar. A incorporação de tecnologias nas atividades da escola envolve distintos aspectos da gestão decorrentes do efeito de gerir, administrar, proteger, manter, colocar em ordem, ou seja, de tornar utilizáveis os recursos tecnológicos, em um projeto de gestão escolar e tecnológica, se enfrenta o desafio de tomar consciência dos limites e avanços de suas práticas de gestão, para que possa gerir, administrar, proteger, abrigar, produzir, nutrir, manter, mostrar, digerir, organizar as diferentes dimensões da gestão educacional.
Considerando-se que interagir por meio de uma tecnologia implica aprender uma linguagem entendida como atividade criadora da constituição de sujeitos e apropriação de um sistema de referência de mundo (Franchi, 1992), torna-se necessário não só introduzir tecnologias nas escolas, mas, sobretudo, integrá-las numa perspectiva crítica que proporcione condições político-pedagógicas para que educadores, alunos e comunidade compreendam e utilizem as linguagens das mídias, expressem o pensamento, dialoguem, desenvolvam a criatividade e a criticidade.
Porém sabe-se que é da extrema importância do gerenciamento para que os projetos político-pedagógicos fluam de forma organizada e eficaz, MORAN cita, ainda, que as condições de gerenciamento de muitas das escolas públicas são precárias e fica difícil falar em gestão inovadora nessas condições, mas, mesmo reconhecendo essa dificuldade organizacional estrutural, a competência de um diretor de escola pode suprir boa parte das deficiências, superando as limitações organizacionais e transformando a escola em um espaço criador, em uma comunidade de aprendizagem utilizando as tecnologias possíveis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Projeto Político-Pedagógico tem suscitado muitos debates e discussões entre as mais diversas instâncias educativas. Por meio dos projetos tem-se a possibilidade de vislumbrar um ensino de melhor qualidade, onde é possível experimentar o exercício do pensar, elaborar e operacionalizar o funcionamento da escola com autonomia.
Todo projeto, seja ele para o desenvolvimento da escola, ou de uma ação pontual em sala de aula, tem seu início num diagnóstico informativo, onde são levantadas as necessidades, avaliadas as ações que podem ser desenvolvidas nesta realidade de forma imediata, a médio e longo prazo dentro do âmbito pedagógico, administrativo e financeiro.
No decorrer deste trabalho, buscamos apresentar aspectos relevantes sobre o projeto político pedagógico, como conhecer a realidade em que o aluno está inserido, numa visão que vai além dos muros da escola. Sabe-se que na formulaçao de um projeto, o professor enquanto "detentor de um conhecimento" sistematizado, pode confrontá-los com experiências proporcionadas pela apropriação da realidade escolar.
Salientamos, ainda, que todo este processo de realização do projeto político-pedagógico só se efetivará de forma satisfatória se houver uma gestão adequada a seus objetivos e de acordo com a realidade que se apresenta.
Não foi proposta deste trabalho esgotar a discussão sobre este tema de tamanha relevância no ambiente escolar. Ao contrário, é um convite a futuras e constantes reflexões, que é a característica básica e fundante do Projeto "Político" Pedagógico e a Gestão de tecnologias.


REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. Gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola: o compartilhar de significados. Em Aberto, Brasília, V. 22, nº 79, p. 75-89, jan. 2009.

GATTI, B. A construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília: Plano, 2002.

MORAN, José Manuel. Gestão Inovadora da Escola com Tecnologias. Publicado em: VIEIRA, Alexandre (org.). Gestão educacional e tecnologia. São Paulo, Avercamp, 2003. Páginas 151-164.

PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Integração de Mídias e a reconstrução da prática pedagógica. Texto extraído de Salto para o futuro/TV escola, disponível em : WWW.tevescola.com.br/salto.
SANTOS, Tereza Fátima Monteiro dos. O projeto pedagógico e a construção democrática da escola de qualidade. Disponível em: http://www.ufpa.br/rcientifica/ed_anteriores/pdf/ed_03_tfams.pdf, acesso 08/07/2011

VEIGA, Ilma Passos. (org.) Projeto político – pedagógico da escola: uma construção possível.Campinas – SP: Papirus, 1996.

Um comentário:

  1. Gente,
    Que trabalhos maravilhosos. Parabéns!
    O município de Herval está contando com uma equipe de professores nota 1000.
    Extensivos Parabéns à Tutora Cláudia!
    Bjs!
    Mara Ortiz

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